quarta-feira, 16 de junho de 2010

Enfurecida e com fome: Espanha estreia contra a Suíça no Mundial


Piqué Espanha domina bola em treinoEspanha aposta no domínio que tem com a bola
(Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)

A Fúria tem fome. Badalada, cheia de expectativas, com a esperança alavancada pela conquista da Eurocopa, a Fúria tem fome de um alimento que jamais experimentou: o título de campeã mundial de futebol. É nesta quarta-feira que a Espanha, com moral de favorita, estreia na Copa do Mundo de 2010. Do outro lado está a Suíça, bem mais discreta, mas com um elenco rodado, capaz de amarrar o ânimo adversário. A bola rola às 11h desta quarta-feira, em Durban, no estádio Moses Mabhida.

As duas equipes têm desfalques. A Espanha conta com todo o elenco, mas o atacante Fernando Torres, um de seus astros, após padecer com repetidos problemas clínicos, parece ainda não ter condições de começar a partida. Ele deve ficar no banco. O meia André Iniesta deve jogar, mas pode ser que fique fora. Na Suíça, o meia Behrami e o atacante Frei, lesionados, estão fora.

A partida em Durban é válida pelo Grupo H, que ainda tem Chile e Honduras. O GLOBOESPORTE.COM, a TV Globo e o SporTV transmitem o duelo ao vivo.

Orgulho no passado: para os dois lados...

Vencer o jogo, aconteça o que acontecer depois, já significará um feito histórico para a Suíça. Em toda a história, só deu Espanha nos duelos entre as duas seleções. Foram 18 jogos, com 15 vitórias dos espanhóis e três empates. Agora, os suíços tentam demolir os números justamente contra uma das melhores equipes já formadas pela Espanha.

- A Espanha tem um time de incrível talento, uma enorme seleção de individualidades que pode ser um time muito compacto. O time tem muita qualidade, é muito organizado na defesa. Mas não queremos falar muito sobre a Espanha. Queremos focar na nossa força. – disse o treinador dos suíços, o alemão Ottmar Hitzfeld.

Mas não é só a Espanha que tem o que buscar como orgulho no passado. Em 2006, a Suíça entrou e saiu da Copa do Mundo sem levar gols. São 394 minutos de invencibilidade. No último Mundial, depois de passar incólume pela primeira fase, a seleção caiu nas oitavas de final, nos pênaltis, após empate por 0 a 0 com a Ucrânia no tempo normal. O último gol sofrido pela Espanha foi em 1994, na Copa dos Estados Unidos, quando perdeu por 3 a 0 justamente para a Espanha.

O zagueiro Senderos estava naquele time de 2006. E também está na seleção atual. Para ele, é possível repetir a façanha.

- Por que não? Repetir vai ser difícil, aquilo foi grande, mas o mais importante é tentar e sempre marcar pelo menos um gol a mais do que o adversário – disse o defensor.

Espanha contra o peso do favoritismo

A Espanha não gostou muito desse papo de ser apontada como favorita ao título da Copa do Mundo. Para os atletas da Fúria, há um pouco de exagero aí. Eles admitem que a fase é das melhores, concordam que têm jogadores qualificados, mas não veem razão para tamanha badalação.

Acima de tudo, eles não querem conviver com o pressão nascida da obrigação de vencer um campeonato. O mesmo aconteceu antes, inclusive na última Copa das Confederações, e o resultado não foi nada bom.

Iker Casillas no treino da EspanhaCasillas: tentativa de deixar o favoritismo (Foto: AFP)

- A Espanha fez uma prévia excelente, mas no Mundial tudo é diferente. Há seleções com mais experiência do que nós. Estamos com vontade de conquistar isso também. Podem dizer que a Espanha é favorita, mas isso não significa nada. Temos que ir passo a passo, e o primeiro é nesta quarta-feira – afirmou o goleiro Iker Casillas.

O técnico da Espanha, Vicente del Bosque, não confirmou a escalação. A tendência é de que atue no 4-5-1, com apenas Villa no ataque. Iniesta, recuperado de problema muscular, pode começar no meio.

Suíça joga a bomba para o outro lado

A Suíça joga toda a bomba da responsabilidade para o lado espanhol. Bem mais modesta do que o adversário, vai a campo de sangue doce e tenta tirar proveito disso. Senderos deixa claro que a ideia é botar pressão mental nos oponentes.

- Não temos nada a perder, e a Espanha tem muito a perder. Espero que possamos causar prolemas a eles.

Hitzfeld teve dificuldades na definição do time titular. Com a perda de Behrami e Frei, ele deve montar uma estrutura mais defensiva. O treinador fez mistério e não revelou a escalação. A exemplo da Espanha, a tendência é de que tenha apenas um atacante.