Delegado Ronaldo Gomes ressalta porte da quadrilha: "O grupo é grande e essas pessoas estão ligadas" Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press |
Além de reconhecer Rafael como um dos policiais que atiraram na sua casa, Jackson afirmou ter presenciado os dois soldados sequestrando o guia turístico Amaury José da Silva Nascimento e Dione Tomaz da Penha (Pretinha), na rua Wilma de Faria, no loteamento Dom Pedro I, no bairro Pajuçara. O casal foi morto no dia 31 de dezembro de 2008 na praia de Pitangui.
Ronaldo Gomes ressaltou que, depois das prisões dos dois policiais, entre eles Rafael, em abril deste ano, não houve redução nas denúcias. "Estão sendo investigados atualmente os inquéritos que já existiam", completou. O depoimento de Jackson sobre o sequestro do casal, aliado às investigações da Deicor, fomentou a expedição dos mandados de prisão pela Comarca de Extremoz. "O grupo é grande. Podemos dizer que essas pessoas estão interligadas. Quem participa do grupo de extermínio pratica vários crimes, principalmente tráfico de drogas", apontou.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Cristóvam Praxedes, está preparando um relatório sobre os dois últimos meses, mas já adiantou que os crimes diminuíram bastante em comparação ao ano passado, principalmente em relação aos grupos de extermínio. Com essas prisões, sobe para cinco o número de policiais detidos em uma semana acusados de envolvimento em crimes. "Essa não é primeira e não será a última prisão. Esse trabalho é contínuo", declarou.
Tiro nos olhos
Há quase dois anos, o casal Amaury e Dione foi capturado em casa sob ameaça de arma de fogo. A polícia acredita que os soldados da PM presos ontem, Rosivaldo e Rafael, extorquiam traficantes e que as vítimas eram usuárias de drogas. Segundo o inquérito, eles foram colocados no Gol branco de Rosivaldo e foram levados para as dunas de Pitangui, em Extremoz, onde acabaram executadas com vários tiros na cabeça. "Amaury foi alvejado com dois tiros nos olhos e três na cabeça. Foi morto como se o matador tivesse mandado um recado", disse o delegado. A Deicor disponibiliza o telefone 3232-2862 para receber denúncias sobre pistas de crimes de homicídio com característica de execução.