sexta-feira, 25 de junho de 2010

Com empate sofrível e sem gols, Suíça e Honduras se despedem

Vontade elas tiveram. Preparo físico também. Faltou foi talento mesmo. Suíça e Honduras estão eliminadas da Copa do Mundo da África do Sul. Nesta sexta-feira, não houve santo que desse jeito nas duas equipes. Muito menos gols. Os europeus têm mais a lamentar pelo empate em 0 a 0. Precisavam de uma vitória por dois gols para superar o Chile, derrotado por 2 a 1 pela Espanha, na classificação final do Grupo H e ir às oitavas, mas tropeçaram na falta de categoria. Os suíços terminam a participação no Mundial com uma vitória, um empate e uma derrota, com quatro pontos.

Depois de perderem para chilenos e espanhóis, os hondurenhos conquistam um ponto honroso, mas sem conseguir um gol sequer, assim como a Argélia. Quem foi ao estádio Free State, em Bloemfontein, viu muita luta, sentiu algumas doses de emoção, mas não curtiu quase nada de bom futebol.

Futebol se joga para frente, Suíça!

lance jogo Suiça - Barnetta x Honduras - Thomas Barnetta recebe a marcação de Thomas (Foto: AP)

Tudo bem que ter uma defesa sólida, confiável e quase instransponível é bacana, dá moral e tudo mais. Só que com uma vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo em jogo fica difícil aceitar que uma seleção que precisa vencer prefira fechar as portas. E quando isso se dá contra um adversário fraco torna-se ainda mais crítico. Este é o resumo do início do confronto entre Suíça e Honduras.

Os dois países entraram em campo com chances de classificação. Os hondurenhos bem menos, é verdade, mas havia um fio de esperança. Os suíços, que nos últimos seis jogos de Copas (contando as quatro partidas do Mundial de 2006) sofreram apenas um gol (um recorde), poderiam se classificar com um 0 a 0 - bem a cara deles!. Para isso, precisavam torcer por uma vitória do Chile sobre a Espanha, em jogo simultâneo em Pretória. Para não depender de niguém, seria necessário vencer por no mínimo dois gols de diferença. Mais fácil ganhar na loteria.

O técnico Ottmar Hitzfeld não teve Behrami, suspenso, e Senderos, machucado. O atacante Frei, que foi muito mal contra o Chile, ficou como opção no banco de reservas. Inler, Barnetta, Nkufo e Derdiyok tentaram pressionar Honduras. À sua maneira, fechados na defesa e tentando sair rápido para o ataque, foram em busca dos gols. Não foi um festival de tentativas. Na verdade dá para contar nos dedos. Um chute cruzado, torto e sem força do capitão Inler, aos dez minutos, denunciou que não seria nada fácil.

Barnetta, o mais sóbrio e esforçado da equipe, deixou Derdiyok em condições perfeitas para marcar. Após cruzamento, o atacante mergulhou na pequena área para cabecear e errou a direção do gol, aos 16. Barnetta tentou chutar de longe, aos 21, e o goleiro Valladares segurou firme.

Na simplicidade da sua falta de talento, Honduras se viu obrigada a atacar. O adversário quase a convidava. Jerry Palácios e David Suazo tentaram ser os mais perigosos, partiram na correria sobre os defensores, buscaram as laterias do campo, mas pouco fizeram.

Naquele momento, em Pretória, a Espanha facilitava o caminho suíço. Com uma vitória por 2 a 0 da Fúria sobre o Chile, bastava um golzinho sobre os hondurenhos para empatar com os sul-americanos no número de pontos e ultrapassá-los no saldo de gols. Nkufo deve ter recebido o recado e batalhou. Aos 44, recebeu cruzamento na área, mas desperdiçou. Futebol triste de engolir.