sexta-feira, 25 de junho de 2010

PF incinera 650 kg de drogas

A Polícia Federal do Rio Grande do Norte incinerou aproximadamente 650 quilos de drogas na manhã de ontem, na empresa de tratamento de resíduos Cerquipe, localizada no Distrito Industrial de São Gonçalo do Amarante. Foram queimados 76,4 kg crack, 75,1 kg de cocaína, 15,5 kg de pasta base, 468,5 kg de maconha, 17 micropontos de LSD, 94 comprimidos de ecstasy e 21.145 de piperazina, assim como 341 litros de clorofórmio, além dos utensílos usado para camuflagem. O material foi, em sua maioria, apreendido no ano de 2009, quando 59 pessoas foram presas por tráfico. As drogas apreendidas esse ano - e em alguns casos de anos anteriores - estão no galpão da PF aguardando liberação judicial. Nos seis primeiros meses do ano, 34 pessoas foram presas sob acusação de tráfico, mas nenhuma no Aeroporto Internacional Augusto Severo, o que caracteriza tráfico internacional.


Queima foi feita em empresa de tratamento de resíduos hospitalares Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press
O superintendente da PF, Marcelo Mosele, explicou que as rotas utilizadas pelos traficantes são as mais diversificadas possíveis e cada vez mais se modernizam os artefatos para carregar as drogas. "Pode observar, tem sandálias, cintas e sem contar com as pessoas que ingerem as cápsulas", exemplificou Marcelo. Boa parte dos entopercentes que chegam ao estado vem por terra e o maior número de apreensões acontece na Grande Natal. Além da capital, as drogas incineradas hoje são de São José de Mipibú, Canguaretama, Arês, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Lajes e Acari.

Segundo Marcelo, o número de apreensões de crack cresceu quatro vezes em comparação ao ano passado. O superintendente ressaltou ainda a dificuldade de investigar o transporte de drogas como o ecstasy e piperazina, geralmente levadas em grandes quantidades devido ao pequeno tamanho, em forma de comprimido. A piperazina tem efeito semelhante ao ecstasy e no Rio Grande do Norte ocorreu a maior apreensão realizada no Brasil, em maio do ano passado. "É importante que a população denuncie, a participação da sociedade tem ajudado muito", enfatizou o representante da PF.

Antes de incinerar, a Polícia Federal fez o narcorteste, no qual os reagentes são usados para confirmar a veracidade das drogas. O teste aponta a maconha através da cor marrom e a cocaína (seus derivados) apresenta cor azul. A promotora de Justiça de Martins, Gerliane Rocha, participou da incineração junto com o Procurador da República, Rodrigo Teles e representantes da Vigilância Sanitária. "Estamos aqui para fiscalizar se tudo vai ocorrer corretamente", salientou a promotora.