Eliaquino, filho da aposentada, mostra ficha de internação na UTI, mas diz que ela não recebeu tratamento intensivo Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press |
Eliaquino diz que chamou um médico, "mas ele disse que não iria atender e continuou sentado". Ele contou ainda que um outro médico afirmou que ali não era o local adequado para a aposentada estar, já que, segundo ele, ela precisaria de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O motorista, porém, mostrou à nossa reportagem a ficha da mãe, onde constava que ela estava na UTI.
A assessoria de imprensa do hospital informou que a ficha apresentada por Eliaquino é uma ficha padrão para o visitante ter acesso ao hospital e que não significa necessariamente que o paciente está na UTI. De acordo com a assessoria, desde o momento da internação até o falecimento, a aposentada permaneceu no setor de reanimação do hospital.
Inconformado, Eucana Martins de Souza, outro filho de Maria das Dores, culpou os médicos pela morte de sua mãe. "Eu chamei eles e eles não quiseram nem saber da minha mãe", disse se referindo aos residentes que estavam na UTI ouvindo explicações dos professores.
Morte cerebral
Um médico do pronto-socorro que preferiu não se identificar afirmou que, quando a família chegou para a visita, a paciente já tinha sofrido a parada cardio respiratória e nada poderia ser feito. Segundo ele, a aposentada já apresentava sinais de morte cerebral, mas isso não pode ser constatado oficialmente porque o protocolo de morte encefálica que inclui a realização de dois exames clínicos e um gráfico não chegou a ser concluído.