quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eficiente como nunca, Holanda vence Camarões e garante os 100%

Futebol total. Totalmente eficiente. A Holanda não encanta como já encantou. Não tem craques como já teve. Mas é competitiva como jamais foi. E comprovou isso na vitória por 2 a 1 sobre Camarões, nesta quinta-feira, no Green Point, na Cidade do Cabo, pela terceira rodada do Grupo E. O resultado garantiu a Van Persie, Van der Vaart e cia. algo que nem Cruyff conseguiu: 100% de aproveitamento na primeira fase da Copa do Mundo.

Pragmático, o time holandês não massacrou, não buscou o ataque desde o início, não deu espetáculo. Mas venceu com segurança e deu uma despedida melancólica aos “Leões Indomáveis”. Como se não bastasse ser a primeira seleção eliminada do Mundial, os africanos são também os primeiros a encerrarem a participação na África do Sul sem um pontinho sequer.

A terceira vitória na Copa veio através de lampejos de seus principais jogadores. Agora, sim, todos os seus principais jogadores. Van der Vaart e Van Persie tabelaram no primeiro gol, marcado pelo atacante do Arsenal. E Robben, que finalmente estreou, teve participação decisiva no gol da vitória, marcado por Huntelaar em rebote de chute na trave quando o placar apontava 1 a 1. Eto’o fez para os camaroneses.

Robben comemoração Holanda contra CamarõesRobben finalmente estreou e foi decisivo no segundo gol, que garantiu a vitória holandesa (Foto: Reuters)

Com nove pontos, a Laranja se junta à Argentina como uma das seleções perfeitas no Mundial – o Brasil, com seis pontos, também pode repetir a façanha -, e encara a Eslováquia, nas oitavas de final. O confronto acontece segunda-feira, às 11h (de Brasília), em Durban.

A outra vaga do Grupo E ficou com o surpreendente Japão, que venceu a Dinamarca, por 2 a 1, e encara o Paraguai, terça-feira, em Pretória, também às 11h.

Cinco minutos de bom futebol bastam para a Holanda

Eto´o jogo Camarões contra HolandaApagado, Eto'o pouco apareceu no primeiro
tempo da partida na Cidade do Cabo (Foto: AP)

A seleção africana era Camarões, mas quem jogou em casa foi a Holanda. Colonizada por holandeses, a Cidade do Cabo pintou o estádio Green Point de Laranja para receber uma das poucas seleções com 100% de aproveitamento no Mundial. Faltou, no entanto, ao time de Bert Mark van Marwijk a mesma disposição de seus antecessores, que deram origem aos Africâners, tribo branca da África do Sul.

Com passes para o lado e poucas jogadas que lembrassem o tradicional “futebol bonito” holandês, os europeus “sentaram” sobre a classificação antecipada e tiveram uma apresentação morna nos 45 minutos iniciais. Nada muito empolgante, mas suficiente para sair na frente do placar com lampejos de seus principais jogadores: Van Persie e Van der Vaart.

Jogando pela honra dos “Leões Indomáveis”, primeiro time eliminado da competição, os camaroneses mostravam muita disposição ofensiva e nenhuma organização. Eto’o, muito apagado, era um mero figurante, e o chuveirinho rolava solto sem nenhuma eficiência.

Chutes de longe distância sequer eram capazes de atrair a atenção do torcedor, mais preocupado em fazer “Ola”. Jogando muito pelo meio, a Holanda não fazia uso de seus “pontas” Van de Vaart e Kuyt, e não deixava nada orgulhoso Clarence Seedorf, que observava seus compatriotas da tribuna.

Pressionado pela imprensa de seu país pelas más atuações nas duas primeiras rodadas, Van Persie era quem mais tentava. Aos 19, ele recebeu lançamento de Van Bronckhorst, dominou no peito e concluiu para a defesa de Souleymanou. O goleiro camaronês participava bem do jogo. As intervenções, por sua vez, não eram das mais complicadas, como em chutes de Sneijder e Van der Vaart aos 23 e 25.